Bahia divulga Informações sobre eleição da CBF e artigo na Folha - O BahiaNaRede

Últimas

Post Top Ad

Post Top Ad

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Bahia divulga Informações sobre eleição da CBF e artigo na Folha

O Esporte Clube Bahia, através do seu Gerente de Comunicação Nelson Barros Neto, divulgou nota sobre eleição da CBF e um artigo do presidente Fernando Schmidt no Jornal A Folha de São Paulo.

Da redação
Foto: Gabriela Simões

"O Bahia foi o último clube a confirmar presença na eleição da CBF, ocorrida nesta quarta-feira, no Rio. O presidente Fernando Schmidt não compareceu ao pleito, e a agremiação foi representada pelo sub, Valton Pessoa.

Schmidt comentou a votação, que elegeu Marco Polo Del Nero, candidato único:

"Lamentamos a ausência de um amplo debate neste processo, devido ao fato de a eleição ter sido antecipada. Nossa expectativa é de que haja um efetivo compromisso do presidente eleito com os novos paradigmas do futebol brasileiros, no sentido de garantir a democracia, a transparência e o profissionalismo nas entidades", afirmou.

Texto

Também hoje, o presidente do Bahia publicou artigo na página 3 do jornal Folha de São Paulo, cujo conteúdo pode ser conferido no link:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/161600-choque-de-responsabilidade-no-futebol.shtml
e abaixo:

Choque de responsabilidade no futebol

---É preciso acabar com a lei não escrita, mas consentida segundo a qual é permitido fazer negociatas, porque clubes ou federações não têm dono---

Ainda que a natureza dos clubes e das federações no Brasil, inclusive a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), seja de direito privado, o futebol é um esporte que, invariavelmente, envolve recursos públicos, por meio de patrocínio, financiamento ou mesmo pela relação tributária.

Quando um clube deixa de pagar o INSS e o FGTS e sonega o Imposto de Renda, está cometendo crimes que afetam não só o governo, mas, diretamente, o interesse público.

Na Espanha, 36 clubes estão em regime de concordata. No Brasil, poucos são os que não estão falidos. As receitas aumentaram, é verdade, mas o endividamento subiu 74% nos últimos cinco anos.

Fui presidente do Esporte Clube Bahia entre 1975 e 1979 e, em setembro de 2013, vencemos a primeira eleição direta e democrática da história do bicampeão brasileiro, com 68% de quase 5.000 votos.

Encontrei nesse retorno um cenário de terra arrasada. A dívida do Bahia é de mais de R$ 100 milhões. Os contratos, em sua totalidade, são quase todos lesivos: negociatas e dívidas de um grupo que se apossou de um patrimônio que, longe de ser privado, é público.

São dois períodos distintos da história do Brasil: um, sob as nuvens carregadas da ditadura e os efeitos econômicos do "milagre". Outro, em plena democracia, mas com a economia sufocada pela pior crise do capitalismo mundial desde 1929.

Nesse intervalo, nossa receita cresceu para a casa dos milhões, porém a dívida do clube virou um monstro devorador que nos espreita a cada fim de mês, quando temos que pagar despesas e salários, dívidas trabalhistas, impostos sonegados em anos e anos de gestões temerárias, conduzidas por dirigentes encobertos pelo manto eterno da impunidade.

Nos anos 1970, não tínhamos os direitos da TV, os uniformes não ostentavam uma sopa de logomarcas nem possuíamos arenas multiuso. Vivíamos do borderô dos jogos e de uma ou outra "vaquinha" entre os chamados abnegados.

Hoje, os clubes brasileiros vivem da ilusão. Contratam jogadores e treinadores por cifras milionárias, mas se "esquecem" das obrigações.

Por isso, defendemos a fiscalização pública sobre os clubes, para que essa dívida financeira, que a cada dia se agiganta, não empobreça ainda mais o futebol.

Apoiamos totalmente o movimento Bom Senso Futebol Clube, mas vamos além. É preciso que a má gestão seja punida e os maus administradores responsabilizados, acabando com a lei não escrita, mas consentida segundo a qual é permitido fazer negócios e negociatas, porque os clubes ou as federações não têm dono, é coisa de ninguém.

Fechamos questão, portanto, com o substitutivo apresentado pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) que institui a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, obrigando os clubes a apresentarem certidão negativa de débitos sob risco de rebaixamento, responsabilizando pessoalmente os dirigentes e proibindo o aumento das dívidas, sem perdão nem anistia fiscal.

O maior legado desta Copa do Mundo não é só de engenharia, mas, sobretudo, de mentalidade: o chamado padrão Fifa deve nos deixar como herança a obrigação de instituirmos uma nova ordem para o futebol brasileiro.

Fernando Schmidt, 69, advogado, é presidente do Esporte Clube Bahia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad